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Assim como a perda auditiva, zumbido também é um assunto que muitos julgam pertencer somente ao público adulto/idoso. Mas para a surpresa de todos, crianças também podem sofrer disso e de forma bastante comum.
Um estudo foi realizado, onde foram testadas 506 crianças de 5 a 12 anos, em escolas públicas ou privadas. Sabendo que crianças têm tendência de gerar respostas não muito consistentes, foi aplicado um questionário para considerar que uma criança da pesquisa tinha zumbido.
Ela tinha que: responder sim para a pergunta “você ouve algum barulhinho nos seus ouvidos quando está tudo em silêncio?”; saber descrever como era o som; saber descrever onde o ouvia (lado do ouvido ou cabeça). Foi constatado que 37% dessas 506 crianças tinham a percepção de zumbido.
E OS ADOLESCENTES? TEM ZUMBIDO?
Depois dessa experiência, ficou o questionamento: se as crianças têm mais zumbido do que o percentual obtido nas pesquisas de prevalência na população geral, então os adolescentes também devem ter?
Um outro estudo foi realizado, com 170 adolescentes de 12 a 17 anos, também utilizando um questionário como meio de resposta, e foi visto que 54,7% deles responderam sim, além de terem esclarecido como era o som, onde o percebiam (ouvidos ou cabeça) e em que situações ele aparecia.
Quando colocados dentro da cabina acústica para medir a audição, 28,8% deles também foram capazes de fazer acufenometria (exame de medida da frequência e intensidade do zumbido) porque o estavam percebendo naquele preciso momento.
Então, se zumbido é mais comum do que o esperado em crianças e adolescentes, por que é um assunto tão pouco explorado e comentado? Simples! Ficou claro que eles não têm incômodo e nem contam aos pais – geralmente porque acham que “é normal” ou que “todo mundo tem” ou porque dormem com a TV ligada.
Com isso, existe uma habituação/adaptação ao zumbido, gerando menos repercussão negativa na qualidade de vida. Por outro lado, deixar de investigar a tratar precocemente são os fatores primordiais para incentivar a cronicidade, tornando uma boa resposta a um eventual tratamento potencialmente mais difícil no futuro.
Fonte: (Coelho CCB, Sanchez TG, Tyler R. Tinnitus in children and associated risk factors. Prog Brain Res. 2007;166:179-91), Sanchez TG, Oliveira JC, Kii MA, Freire K, Cota J, Moraes FV. Tinnitus in adolescents: the start of the vulnerability of the auditory pathways. 2015;27(1):5-12 e Sanchez TG, Moraes FV, Casseb J, Cota J, Freire K, Roberts LE. Tinnitus is associated with reduced sound level tolerance in adolescents with normal audiograms and otoacoustic emissions. Sci Reports, no prelo).
Fonte: Centro Auditivo Viver